De acordo com dados da Iata, as empresas aéreas no mundo têm US$ 35 bilhões em reembolsos de passagens aéreas
O Consumer Choice Center (CCC), organização internacional de defesa do consumidor com atuação em mais de cem países, divulgou uma carta aberta aos presidentes das empresas aéreas, criticando práticas de reembolso adotadas por companhias aéreas durante a pandemia de covid-19.
A carta também foi endereçada à Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) e à Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO). De acordo com dados da Iata, as empresas aéreas no mundo têm US$ 35 bilhões em reembolsos de passagens aéreas, de voos cancelados durante a pandemia de covid-19.
No documento, assinado por Fred Roeder, diretor geral do CCC, a entidade afirma que “muitos agentes do setor não se importam com contratos, leis e promessas feitas a seus clientes”.
De acordo com a entidade, consumidores têm gastado horas com o atendimento de companhias aéreas para tentar recuperar o dinheiro gasto em voos cancelados. Mas, frequentemente, as empresas tentam forçar os clientes a aceitar cupons para viagens futuras.
“Dar a um consumidor a opção de um cupom é bom. Mas negar o reembolso, como muitos de vocês ainda fazem, não é apenas contra a lei, mas também irrita os consumidores. Como sabemos se teremos condição de decolar no próximo ano para fazer a longa viagem que planejamos para este ano? Como sabemos se sua companhia aérea ainda estará no mercado?”, questiona o CCC na carta.
A entidade ainda acrescenta que “centenas de milhões de contribuintes em todo o mundo já estão ajudando vocês através de pacotes de socorro de governos”. “Queremos ajudá-los a permanecer no negócio, mas vocês também precisam respeitar as regras existentes e reembolsar os clientes”, conclui o CCC na carta.
Fabio Fernandes, gerente global de comunicação e relação com a mídia do CCC, disse que diversas empresas aéreas não estão cumprindo suas políticas de reembolso e desrespeitam as leis. Ele cita as aéreas RyanAir, AirEuropa, Air Canada, EasyJet e Alitalia. De acordo com Fernandes, a pior companhia é a RyanAir, que ainda não reembolsou 8 de cada 10 passageiros britânicos com viagens canceladas.
“Na Europa, a legislação estabelece o reembolso integral em caso de voos cancelados, e não apenas um voucher para ser usado na próxima viagem. Existe pressão em Bruxelas dos países membros da União Europeia para uma interpretação diferente dessa regra, porém os esclarecimentos da Comissão Europeia de 18 de março reafirmam o reembolso da tarifa do bilhete para voos cancelados, mesmo no caso do covid-19”, afirmou Fernandes.
Fernandes disse que espera que a Iata, como representante das empresas aéreas, sugira aos seus membros que façam o reembolso imediato dos voos cancelados.
Procurada, a Iata informou em nota que a política de reembolso “é uma decisão comercial de cada companhia aérea”. E acrescentou que a Iata “não tem condições de aconselhar sobre as exigências legais de cada país”.
Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor
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