Uma decisão judicial recente no Brasil torna as plataformas de mídia social responsáveis pela liberdade de expressão, o que significa que a censura e a exclusão das plataformas serão a norma.

Em fevereiro, os senadores democratas e republicanos, liderados pelo senador Dick Durbin (D-IL), introduzido um projeto de lei conhecido como Lei STOP CSAM, que não só teria como alvo os serviços de mensagens criptografadas, mas também eliminaria as proteções civis e criminais concedidas aos serviços online pela Seção 230 da Lei de Decência nas Comunicações.
Acabar com a Seção 230 tem sido um sonho antigo de certos políticos tecnofóbicos que querem "responsabilizar as grandes empresas de tecnologia" pelos discursos publicados em suas plataformas.
No Centro de Escolha do Consumidor, somos produzidos toneladas do contente sobre por que A Seção 230 foi essencial para o crescimento da Internet livre e pouco regulamentada, garantindo que essas plataformas possam estar livres de reivindicações de responsabilidade, permitindo que elas forneçam milhões de serviços e sites on-line.
Você simplesmente não teria liberdade de expressão e todos os tipos de inovação se os serviços online tivessem que policiar constantemente suas plataformas por lei para garantir que não seriam pegos na rede de advogados sedentos por litígios tentando lucrar, ou de promotores zelosos tentando calar discursos dos quais não gostam.
Se quisermos um exemplo de como seria uma sociedade sem a Seção 230, precisamos apenas olhar para o Brasil.
Do AP:
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil concordou em responsabilizar as empresas de mídia social por postagens ilegais de seus usuários, em um caso histórico para a América Latina, com implicações para as relações com os EUA.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu julgar dois casos distintos para chegar a um entendimento sobre como lidar com empresas de mídia social, visto que denúncias de fraude, pornografia infantil e violência entre adolescentes se tornam frequentes online. Críticos alertam que tais medidas podem ameaçar a liberdade de expressão, já que as plataformas removem preventivamente conteúdo que possa ser problemático.
Gilmar Mendes tornou-se na quarta-feira o sexto dos 11 ministros do tribunal a votar para abrir caminho para que empresas como Meta, X e Microsoft sejam processadas e paguem multas por conteúdo publicado por seus usuários. A votação está em andamento, mas a maioria simples é suficiente para que a medida seja aprovada.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) responsabiliza as mídias sociais e as empresas digitais por qualquer coisa escrita em suas plataformas, tornando agora administrar um quadro de mensagens ou um site com seção de comentários tão perigoso quanto administrar uma barraca de comida sem autorização em uma rua movimentada do centro da cidade.
Sem as proteções de responsabilidade, os usuários de redes sociais no Brasil certamente enfrentarão as consequências de uma experiência online completamente neutralizada. Se você achava que a censura nas redes sociais era ruim antes, e que a remoção das plataformas foi longe demais, espere que isso seja mil vezes pior agora que cada palavra escrita em um site pode levar uma empresa online ao tribunal.
O que isso significará para os usuários que desejam postar seus comentários políticos no Facebook, publicar resenhas literárias no Substack ou criticar seus prefeitos locais no YouTube? Essas plataformas serão obrigadas por lei a remover qualquer conteúdo que considerem potencialmente prejudicial ou passível de processos e processos judiciais. Parece um inferno online.
Espere um aumento nos downloads de VPN no Brasil enquanto escrevo estas palavras. Tentativas anteriores de juízes para bloquear a plataforma de mídia social X/Twitter no Brasil fizeram com que os downloads de VPN no país disparassem quase 1600%. apesar da ameaça de uma grande multa.
A história de advertência da experiência brasileira em responsabilizar plataformas por discursos gerados por usuários deveria fazer muitos políticos americanos refletirem. Se quisermos um inferno na internet com promotores e advogados vasculhando páginas em busca de conteúdo questionável, teremos um mundo de problemas. Vamos continuar a manter a Seção 230 em vigor e evitar o destino do Brasil.
Yaël Ossowski é vice-diretora do Consumer Choice Center.


