O presidente dos EUA, Donald Trump, não é amigo do Canadá, e suas ameaças tarifárias são uma sombra ameaçadora à medida que nos aproximamos do prazo final de 1º de fevereiro. No entanto, embora o presidente pareça determinado a destruir os alicerces da relação comercial mais simbiótica do mundo, causando turbulência econômica e política no Canadá, algumas de suas políticas merecem atenção, especialmente sua saída da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em seu primeiro dia no cargo, Trump assinou uma ordem executiva retirando os Estados Unidos da OMS, destacando a má gestão da organização na pandemia da COVID-19, além de suas falhas mais amplas em crises globais de saúde, sua recusa em realizar as reformas necessárias e sua evidente fidelidade às inclinações políticas de seus estados-membros.
E para quem pensou que ele estava blefando, ele dobrou ordenando que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA parassem completamente de trabalhar com a OMS.
O Canadá, com sua oposição reflexiva a tudo o que Trump faz — muitas vezes por bons motivos — deveria parar um momento para considerar que mesmo um relógio parado acerta duas vezes por dia. Se o Canadá retirasse sua contribuição substancial para a OMS, $204 milhões em 2022-23, pode muito bem ser a hora de fechar para esta instituição quebrada e mal administrada.
Trump, em seu estilo bombástico, está certo ao acusar a OMS de fracassar em sua resposta à COVID-19. Desde o início, a OMS falhou em suas funções principais. Demorou a declarar uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional e sua própria Reveja da resposta não foi nada menos que uma condenação.
Nos estágios iniciais, os funcionários da OMS tuitaram que havia nenhuma evidência clara de transmissão entre humanos. O tweet, que ainda está online, foi publicado no mesmo dia em que o responsável técnico da OMS para a COVID fez uma apresentação em Genebra, dizendo: exatamente o oposto.
Por que a OMS tuítaria algo com que sua própria equipe discordava? Porque estava apaziguando a China. O agora infame tuíte foi postado para fornecer "equilíbrio" com base nos dados fornecidos pelo Partido Comunista Chinês.
O problema é que o governo chinês já sabia sobre a transmissão entre humanos, e adiou a comunicação desse fato por mais seis dias. As consequências da OMS se curvar à vontade de um regime autoritário não podem ser subestimadas.
Os erros da OMS são inegavelmente atribuível à sua relação suspeita com a China. A lealdade da organização à China tornou-se embaraçosamente clara quando o conselheiro sênior do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o epidemiologista canadense Bruce Aylward, desligou durante uma entrevista em vez de discutir Taiwan — um momento que falou muito sobre a integridade da OMS, ou a falta dela.
Embora esses erros trágicos tenham colocado a credibilidade da organização na mira, ela mudou de ideia em relação a políticas de saúde importantes, como a utilidade das máscaras, o valor das proibições de viagens e os protocolos de teste.
No início de 2020, a OMS sugeriu que as máscaras fossem usadas apenas por profissionais de saúde e por pessoas com sintomas. Em junho, virou, recomendando máscaras de tecido para todos, levando a políticas de máscaras confusas e politicamente carregadas ao redor do mundo.
Qualquer pessoa que tenha voado nessa época se lembra da farsa de exigir máscaras no avião, só para todos as tirarem para comer, tornando todo o exercício inútil. Ou da experiência miserável de entrar em um restaurante com uma máscara, tirá-la para comer, mas ser instruído a colocá-la novamente enquanto se dirigia ao banheiro.
O fiasco da COVID-19 deveria ter sido um alerta para a reforma da OMS, mas tal revisão parece improvável. Em vez disso, a OMS segue em frente com sua postura proibicionista e anticientífica em questões como álcool e vaporização.
Em relação à vaporização, a OMS defendeu restrições draconianas, ignorando as evidências da Public Health England de que a vaporização é 95 por cento menos prejudicialdo que fumar e auxiliares em cessação do tabagismo. Tais políticas, como mostrou uma pesquisa da Universidade de Yale, ironicamente servem para aumentar as taxas de tabagismo — uma contradição à própria missão da OMS.
E no que diz respeito ao álcool, a OMS tem propagado o mito de que não existe uma quantidade “segura”, uma posição que vai contra a investigação da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina, cuja pesquisar descobriram que bebedores moderados vivem mais do que os que não bebem. Semelhante descobertas ter estive detalhado dentronumerosos revisado por pares estudos por décadas.
Por que a OMS promove ciência ruim quando há ciência boa disponível? Isso não está claro, mas pode ter a ver com o fato de que os pesquisadores dos quais a OMS depende para seu trabalho sobre álcool declararam abertamente vínculos com grupos neoproibicionistas como o Movendi.
A narrativa da OMS parece mais influenciada por agendas neoproibicionistas do que pela ciência, e isso deveria preocupar qualquer pessoa que se preocupe com a saúde pública. Sem mencionar que a organização, mesmo antes da pandemia, já gastava mais de $200 milhões por ano em viagens, que é o que nós, como contribuintes canadenses, gastamos para financiar essa monstruosidade inchada.
Em vez de se alinhar a essa organização comprometida, o Canadá poderia considerar liderar uma aliança de saúde semelhante à da OTAN com nações democráticas, com foco na saúde pública genuína, livre das influências de regimes autoritários como o da China. Já passou da hora de reconhecermos que a OMS se tornou mais parte do problema do que da solução.
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