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O inverno não apenas começou no hemisfério sul, mas também pode começar em breve para milhões de telespectadores brasileiros. Uma regulamentação pode em breve ser responsável por programas como Game of Thrones e eventos esportivos como a Liga dos Campeões da UEFA desaparecendo de nossas telas de TV. Se a política não agir rapidamente, podemos comprometer a competitividade de longo prazo do Brasil em serviços digitais.

Os mercados digital, de mídia e de telecomunicações convergem em todo o mundo. Não há mais uma barreira clara entre esses setores, mas um mercado convergente único se formou. Os players neste mercado são mais diversificados e maiores em tamanho de mercado do que anteriormente e a competição é completamente diferente do passado.  

Novos operadores estão crescendo graças a fusões e os reguladores precisam ter uma abordagem diferente nesse ponto.

O exemplo brasileiro, em contraste, mostra que a regulamentação está atrasando o mercado único digital e limitando significativamente o desenvolvimento do “mercado do futuro”, como o mercado digital é frequentemente rotulado.

Assim como em outros setores da economia, o Brasil tem que ter como meta a criação de um mercado digital único, no qual as operadoras possam integrar conteúdos e canais para oferecer melhores e mais completos serviços de mídia aos seus clientes. Esta necessidade tão necessária atualmente não é legalmente possível no Brasil.

Em particular, um diploma legal de 2011 sobre fusões entre empresas de telecomunicações e empresas de distribuição e licenciamento de conteúdo audiovisual no mercado de TV por assinatura.

Este artigo é considerado anacrônico até pelo presidente da ANATEL, regulador de telecomunicações do Brasil, “porque vai na contramão da convergência que está se desenvolvendo no novo ecossistema digital”.

A regulamentação não está afetando apenas uma oportunidade importante para o Brasil, que é a fusão entre AT&T e Time Warner, mas também afeta a possibilidade de o país continuar atraindo investidores, levando a um desenvolvimento mais rápido e mais rápido do digital e de mais serviços prestados aos consumidores.

Um ecossistema digital do século 21 é considerado um mercado onde todos os players da arena digital podem ter uma concorrência justa, graças também ao desenvolvimento das conexões 4G e 5G.

O mercado brasileiro de dados móveis está se desenvolvendo muito bem e a tecnologia 4G é amplamente adotada. Isso ajuda a facilitar a mudança do mercado com mais de 130 milhões de usuários de conexões de internet móvel de alta velocidade

A chegada do 5G nos próximos anos dará início a uma integração vertical ainda mais rápida entre os diferentes setores, como afirmou Leonardo de Morais, presidente da ANATEL.

É uma ideia anacrônica que o mercado possa ser segmentado por subcategorias como telefonemas, anúncios ou conteúdo como no passado. O papel das autoridades tem que mudar devido a esta nova realidade. A concorrência leal deve ser entendida não apenas em uma visão clássica, mas também entre operadoras de diferentes setores que agora estão competindo diretamente: um exemplo clássico é a concorrência entre Over the Top (como Amazon Video ou Netflix) e provedores de TV por assinatura.

Ser atrativo para investimentos estrangeiros é muito importante em uma indústria global como o mercado digital e de mídia, e um elemento chave para o sucesso do desenvolvimento de novos serviços para os consumidores.

Um ecossistema digital do século 21 no Brasil só é possível se a proibição da integração vertical for revogada. Caso contrário, os consumidores perderão por terem menos canais de TV ou menos conteúdo disponível na TV por assinatura.

Por Fred Roeder, Diretor Superintendente do Centro de Escolha do Consumidor, Professora Andrea Giuricin, e André Freo Gerente de Operações do CESCO. Ambos publicaram uma nota de política sobre esse assunto, que pode ser encontrada em www.chegadebarreiras.org

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